Impeachment de Tramp pode ser votado neste sábado

Após a conclusão da argumentação da equipe de defesa de Donald Trump – que usou apenas uma parte das oito horas a que tinha direito – e da etapa de perguntas e respostas nesta sexta-feira (12), o julgamento do impeachment do ex-presidente no Senado avança com uma sessão extra marcada para o sábado.

A sessão está marcada para às 10 horas (12 horas em Brasília) e existe a previsão de que a votação para saber se Trump é ou não culpado aconteça às 15 horas (17 horas em Brasília), embora isso ainda possa ser alterado.

A defesa de Donald Trump argumentou na audiência desta sexta que o ex-presidente dos Estados Unidos não incitou a violência e que apenas se utilizou da mesma retórica que seus adversários políticos.

Aos senadores, o advogado Michael van der Veen chamou o julgamento de impeachment contra o ex-presidente de “cultura do cancelamento constitucional”. Na mesma linha, Bruce Castor Jr. disse que o debate sobre as falas de Trump visa a “criminalizar os pontos de vista”.
“É uma tentativa de censurar e ‘cancelar’ não só Trump, mas todos os milhões de eleitores que votaram nele”, disse o advogado Michael van der Veen.

Cultura do cancelamento é o nome dado às reações negativas nas redes sociais contra posicionamentos polêmicos ou equivocados de celebridades ou outras personalidades conhecidas. Para algumas pessoas, essas reações representam uma forma de linchamento.

Trump é julgado no Senado por incitar a insurreição quando discursou a apoiadores em 6 de janeiro em frente à Casa Branca. Naquele momento, perto dali, os congressistas oficializavam a vitória de Joe Biden como novo presidente dos EUA, etapa apenas formal. Logo após o fim do discurso de Trump, uma multidão de apoiadores extremistas do republicano invadiu o Capitólio e interrompeu a sessão. Cinco pessoas morreram.

‘Retórica política’

Na terça e na quarta-feira, deputados do Partido Democrata que atuam como promotores no processo de impeachment enfatizaram que Trump pediu, no discurso de 6 de janeiro, que apoiadores “lutassem como o diabo”.

A defesa, então, tentou rechaçar a visão e disse que os democratas também adotaram esse tipo de retórica durante a campanha contra o ex-presidente e a favor de Biden.

“É mera retórica política usada há tempos. O slogan de candidatura de Biden era: ‘Batalha pela Alma da América'”, disse van der Veen.

Em seguida, os advogados de Trump mostraram vídeos com Biden e outras personalidades do Partido Democrata discursando com palavras como “luta” e “batalha”. “Estou mostrando isso para dizer que todos os discursos políticos devem ser protegidos. Não mostrei para equilibrar com o discurso de meu cliente”, justificou van der Veen.

Veredito próximo

Congressista democrata Eric Swalwell, que atua como um dos promotores de acusação, no 2° dia do julgamento do impeachment de Trump no Senado — Foto: U.S. Senate TV/Handout via Reuters

Os 100 senadores atuam como jurados, e mais de dois terços deles — ou seja, 67 dos senadores — precisam votar “sim” para que o republicano tenha o mandato cassado.

Como Trump já não é mais presidente desde 20 de janeiro, a cassação importaria aos democratas porque daria direito a uma nova votação para retirar do ex-presidente o direito de se candidatar novamente à presidência em 2024 ou outros anos — o que também é o desejo de parte dos republicanos.

Entretanto, a tentativa não deve prosperar. O Senado americano é dividido igualmente entre democratas e republicanos — o voto de minerva, que não será o caso nesta votação, fica a cargo da vice-presidente Kamala HarrisAssim, seria preciso que 17 dos 50 senadores republicanos, no mínimo, topem condenar Trump.

Parte do partido, descontente com o ex-presidente, admitiu apoiar o impeachment, mas ainda em número insuficiente para condenar o magnata. Na última votação sobre a constitucionalidade do processo contra um presidente já fora do mandato, os senadores decidiram seguir em frente com o julgamento por apenas 56 votos a favor e 44 contrários.

Fonte: G1

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