Desmatamento da Amazônia Legal aumenta 48% no Acre em junho, aponta Imazon
Mesmo tendo o terceiro menor percentual de desmatamento dentro da Amazônia Legal, o Acre apresentou, no mês de junho, um aumento de 48% de área desmatada em comparação com o mesmo período no ano passado.
Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) mostram que no mês passado o estado desmatou uma área de 86 km². Enquanto que no mesmo mês no ano passado, essa área era de 58 km².
Já na comparação entre o período de agosto de 2019 a junho de 2020 e agosto de 2020 a junho de 2021, o aumento de área desmatada foi ainda maior, de 83%. Saindo de 336 quilômetros quadrados desmatados, para 614, no período de 11 meses.
A Amazônia Legal teve 926 km² de seu território desmatado em junho deste ano, o que representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período no ano passado, quando o desmatamento somou 842 quilômetros quadrados. O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) monitora via satélite as áreas desmatadas na região.
No ranking dos estados com maior área desmatada, o Pará lidera a lista com a maior parte do percentual (36%), seguido pelo Amazonas (25%), Mato Grosso (14%), Rondônia (11%), Acre (9%), Maranhão (3%) e Roraima (2%).
Focos de queimadas
Dados do relatório da sala de situação de monitoramento hidrometeorológico do Acre, divulgados nesta terça-feira (20), apontam que o estado acreano registrou, entre o dia 1º de janeiro a 19 de julho deste ano, 240 focos de queimadas nos 22 municípios.
O acompanhamento é feito por meio de dados do Satélite de Referência e divulgados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Acre (Sema).
Os municípios de Brasileia, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira foram os que apresentaram o maior número de focos acumulados no período, com 30, 25, 24 e 22 casos registrados, respectivamente.
No acumulado mensal de focos de queimadas no estado do Acre, entre os dias 1 e 19 de julho, foram registrados 145 focos de queimadas.
Qualidade de ar
No período de estiagem, a concentração de partículas poluentes no ar atinge números altos. Dados dos sensores de monitoração mostram que atualmente a qualidade do ar está o dobro acima do ideal para a respiração no Acre.
Conforme o relatório, a concentração de material particulado chegou à máxima concentração de 50 µg/m³, nessa segunda (19), em Rio Branco. Em Tarauacá a máxima foi de 107 µg/m³.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico aceitável é de 25 microgramas. Acima disso, a qualidade é ruim para a saúde das pessoas.
Fonte: G1
Foto: Cassius Afonso/Rede Amazônica Acre