Audiência Pública na CMM discute estratégias para alavancar comércio, turismo e eventos


Os impactos causados em setores ligados ao comércio, turismo e eventos, por conta das medidas restritivas adotadas contra a Covid-19, nortearam a Audiência Pública realizada nesta quinta-feira (5), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Idealizada e coordenada pelo presidente da 10ª Comissão de Turismo, Indústria, Comércio, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (COMTICDETRE), vereador William Alemão (Cidadania), a reunião mostrou um panorama das dificuldades contraídas durante e após o período da pandemia, mas também apresentou estratégias para que as referidas áreas possam ser retomadas e normalizadas, a partir de um consenso e, principalmente, de um planejamento que abranja as próprias instituições, órgãos e entidades envolvidos diretamente com o problema.

Além de combater as festas clandestinas, promover a normalização dos eventos e reabertura total de restaurantes e bares, para aqueles que trabalham dentro da legalidade, o debate propôs um momento de reflexão diante de uma realidade que tem provocado a quebra de muitos estabelecimentos, serviços e uma grande perda de vidas.

Como vereador e empresário, William Alemão revelou que tudo é muito novo para ele, no que se refere à pandemia: restrições, busca de alternativas para recuperar a economia e o que se perdeu pelo meio do caminho. A Audiência Pública, segundo o vereador, visou resgatar todas essas questões e lembrar que, apesar de “arranhada” pela Covid-19, Manaus ainda possui uma enorme vocação turística que precisa ser retomada e explorada.

“Infelizmente estamos falando hoje de uma situação real. Essa audiência é justamente para que possamos ouvir, entender todos os setores impactados por esse mal chamado Covid e chegarmos a um consenso. Afinal de contas, ainda estamos na pandemia, ainda temos restrições. E sabemos, assim como muitas pessoas aí fora, sobre a importância da geração de emprego no turismo gigantesco, não só em Manaus, mas em todo o mundo”, observou o parlamentar.

Na avaliação do presidente da Fecomércio, Aderson Frota, mesmo tendo representante no comitê de crise contra a Covid-19, o setor que mais sofreu restrições, que foi fechado de forma austera, foi o das empresas comerciais e de serviços. Ele chegou a comparar a importância da área em relação ao Polo Industrial, na questão de geração de emprego e renda, para enfatizar a necessidade de reabertura das atividades.

“Ficar 112 dias com as portas fechadas foi doloroso para quem não entende o papel da economia, das empresas. Na segunda onda, que foi mais grave que a primeira, foram 72 dias. Enquanto o Polo Industrial emprega 100 mil, empregamos mais de 300 mil pessoas, eis a importância do setor. Quando se emprega mais, gera-se renda, dignidade e qualidade de vida”, destacou.

Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fábio Cunha, o avanço na imunização e a consequente redução de casos de pessoas com  Convid-19, representam um avanço e só reforçam a necessidade de retomada do trabalho, sem restrições.

“A gente só tem visto queda dos números da Covid. No último fim de semana, menos de 300 internações e, mesmo com o baixo número de leitos de UTI, a gente está vendo menos de 50% de internação. Então, eu acredito que já dá para voltar, sem restrições”, defendeu.

Além de William Alemão, Aderson Frota e Fábio Cunha, compuseram a mesa as seguintes personalidades: vereadores Elissandro Bessa (Solidariedade) e Diego Afonso (PSL), atual presidente da Frente de Recuperação Econômica (Fempre/CMM); Orenir Braga, diretora de Turismo da Manauscult; Roberto Bulbol, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas (ABIH-AM); Carlos Fábio de Souza, gerente de Turismo do Sebrae/AM; major Olavo, da Polícia Militar; Jorge Barreto, comandante da Companhia de Policiamento Turístico; Roberto Tavares, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (ABAV); e José Alexandre da Silva Neto, presidente da Associação Backstage do Amazonas.

Cruzeiros

Como estratégias de ação, a Manauscult, por exemplo, confirmou a temporada de cruzeiros prevista para janeiro, com a presença de mais de 15 navios internacionais em Manaus.

De acordo com Orenir Braga, que atua há mais de 30 anos com turismo, em algumas outras cidades, essa temporada foi cancelada.

No enfrentamento à crise, segundo Orenir, a capital amazonense precisa e irá retomar a sua imagem, também com ações voltadas para o mercado doméstico, direcionado aos turistas nacionais. A previsão é que toda essa retomada seja realmente efetivada até 2023.

“Nós precisamos entender que o turismo é transversal: se a cidade está segura em saúde, em segurança pública, tem uma boa conectividade, ou seja, voos para trazer e levar as pessoas; se tem um bom patrimônio histórico, seus parques naturais, uma boa gastronomia, bons hotéis para recebê-las, elas virão. Sobretudo, porque Manaus está no coração da floresta amazônica”, justificou.

Ainda relacionado ao fator imagem, a prefeitura pretende entrar nas mídias nacionais, trabalhar as publicidades, conversar com as companhias aéreas e tornar o Aeroporto Eduardo Gomes, que já é quarto do ranking em cargas, como o terceiro maior em passageiros.

“Planejar turismo não é fazer evento em cada canto da cidade, é discutir com quem vende, com quem opera, para que, a partir do momento que você lança um programa em que Manaus entra nesse cenário novamente, aí sim, a gente começa a ter os inputs positivos.

Segurança

Sobre a questão de segurança, o papel que é desenvolvido hoje pela Polícia Militar, por meio da Companhia de Policiamento Turístico, cujos policiais são poliglotas (falam vários idiomas) deve servir de modelo para que a Guarda Municipal também possa atender bem aqueles que chegam a Manaus, principalmente, na área do Centro Histórico.

Aqui, a estratégia é munir a referida guarda de todos os requisitos para o bom atendimento, com base na capacitação e qualificação daqueles que irão atuar no setor.

Hotéis

No setor hoteleiro, um dos que mais tiveram prejuízos nos últimos meses com a falta de turista, a preocupação é com o alto custo, os tributos. Nesse sentido, o presidente Roberto Bulbol solicitou um Refis municipal, atenção especial (flexibilização) no pagamento do IPTU e Alvarás dos hotéis, por conta da falta de movimentos no período da doença.

“O turismo é muito caro para quem opera. Em 2020 não tivemos movimento. Tivemos ocupação durante meses de apenas 7%, para quem ocupava até 34%. A frequência de voos era de oito diários para Manaus, fora os destinos que foram cancelados; hoje, não temos 17”, comparou Bulbol e solicitou apoio da CMM, na questão da taxa de iluminação pública, alegando o custo alto pago também na energia elétrica dos hotéis.

Também foi proposta durante a audiência, a criação de uma estação hidroviária e recuperação da atual rodoviária, além de um trabalho conjunto pelo pleno funcionamento da rodovia BR-319.

 

 

 

Texto: Assessoria de Comunicação do vereador

Foto principal: Assessoria do vereador

Foto de dentro: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM

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