Clam: Chuva não tira brilho de festa e encontro emociona famílias em Manaus

Por: Isaac Júnior

A quadra de esportes da paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Centro de Manaus, ficou pequena para tanta emoção, durante o encontro “30 Anos depois: Cristãos Ligados na Amizade, você faz parte dessa história”, realizado no sábado (20/11) à noite, com a participação de aproximadamente 90 convidados. Uma das partes mais emocionantes da festa, foi quando os organizadores apresentaram um vídeo de homenagem póstuma para lembrar as pessoas que ajudaram a criar o grupo e que tiveram papel importantíssimo nas formações cristã e humana de cada integrante.

Convidados acompanharam vídeos produzidos especialmente para o evento e que lembraram muita gente boa

O Clam foi criado no fim dos anos 1970 e permaneceu vivo na vida desses manauaras até 1990, na paróquia de Santa Luzia, bairro Presidente Vargas (Matinha), na zona Sul da capital amazonense. Em meio a cânticos memoráveis que compuseram a pasta entregue como lembrança do evento, um texto com toda a trajetória do grupo foi apresentado pelo professor e mestre de cerimônia da festa, Dionésio Abreu.

Dionésio Abreu fez uma “viagem no tempo” para contar a história do grupo

Particularidades como a escolha do nome, apresentação de hinos motivacionais, reflexivos e de músicas para lembrar os pais desses jovens, que já não estão mais no convívio deles, também foram importantes na programação.

“O Senhor Jesus Cristo nos preparou e proporcionou uma noite maravilhosa, esplêndida. Estar com os amigos nos encheu de felicidade. Eu, particularmente, me vi nos anos 1980, porque pude abraçá-los, sorrir com eles, brincar, conversar… Percebi que essa amizade irá perdurar por muito tempo, porque entre nós sempre existiu muito respeito, sinceridade e, acima de tudo, carinho, um pelo outro”, avaliou Valdenor Silva, de 57 anos, um dos coordenadores do evento. “Agradeço a todos que puderam participar e aos que não participaram também. Digo que aguardem, porque muitas coisas boas ainda virão pela frente”, avisou.

A festa do Clam foi planejada durante meses e envolveu profissionais que hoje atuam em várias áreas: contadores, administradores, jornalistas, médicos, funcionários públicos e tantas outras. Todos dedicaram tempo, dentro das possibilidades de cada um, para transformar um sonho em realidade, como frisa Valdenor Silva.

O acontecimento contou ainda com a participação especial de personalidades como o ex-secretário municipal de Meio Ambiente Marcelo Dutra, do vereador Rosivaldo Cordovil (PSDB) e do músico amazonense Frank James, mais conhecido no meio do samba como Frank do Cavaco, que veio de São Paulo (onde mora e trabalha) exclusivamente para se apresentar no evento. Os três também foram membros do Clam e fizeram questão de estar presentes com a família, desde o instante em que foram convidados.

“Obrigado a todos: Hilton, Valdenor, Maridsa, Dió, Iomar, Isaac e tantos outros, que me fizeram usar a máscara para enxugar as lágrimas de emoção. Até a próxima”, disse Marcelo Dutra.

Frank veio diretamente de São Paulo e foi um show à parte

Após o jantar especial, estilos musicais como MPB, xote, toada e até carimbó deram o tom do embalo da festa e levaram alguns dos presentes a ir para o meio do salão para recordar as músicas que marcaram época nas vozes de Fagner, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Pinduca, Luiz Gonzaga e tantos outros. Destaque para o solo da dança do café, que fez parte do repertório e caminhava junto daqueles jovens, durante o tradicional festejo junino em Manaus, na segunda metade dos anos 1980.

“Não conhecia o grupo, apenas alguns integrantes, mas saí com a sensação de muita felicidade. Foi muito legal! Espero que tenham outras”, comemorou a jornalista Valdete Araújo, de 49 anos, uma das que se dispuseram a também soltar a voz, interpretando sucessos da MPB, como os da cantora Alcione.

Valdete Araújo, segunda da esquerda para a direita, acompanhada por Bob, que também cantou, e as irmãs Tuka (esquerda) e Lana

Com Maria

Para os católicos presentes, o encontro também foi marcado por uma apresentação que não estava no script, da jovem Iasmim Araújo, de 21 anos. Ela foi chamada para interpretar a música “Com Maria”, que compôs quando tinha apenas 13, e bastaram apenas um refrão fácil e três estrofes com mensagens importantes – destinadas principalmente à população mais nova do Brasil – e mais um recado de amor, igualdade e fraternidade estava dado.

Iasmim foi pega de surpresa, mas deu conta do recado

Painel 

Uma das que não se arriscaram na cantoria, mas animaram de outro jeito, no quesito simpatia, foi a educadora Rosângela Silva, de 54 anos. Foi dela a iniciativa de montar um painel com o símbolo do Clam logo na entrada da quadra, para que todos pudessem registrar o momento em família.

Assim como a maioria das pessoas que compuseram a organização, Rosângela fez questão de levar a filha, Laísa, de 25 anos, para conhecer os contemporâneos dela no Clam.

“Muito lindo, o nosso reencontro. Satisfação, por fazer parte de tudo isso. Valeu, pessoal”, comemorou a educadora.

Rosângela (segunda da esquerda para a direita) ao lado da filha, Laísa, e das amigas, as irmãs Abreu: Maridsa, Maria, Socorro e a filha dela, Danuta, no painel criado exclusivamente para o encontro
Simbolismo para registrar presença contagiou a todos

Ausentes, mas ligados

Alguns dos que não puderam comparecer, inclusive, moradores de localidades com Santarém (PA), Maceió e Boa Vista, mandaram mensagens e até acompanharam o desenrolar do encontro, por meio da transmissão de vídeo, passada de um amigo para o outro.

O paraense Messias foi um deles, e já adiantou que poderá estar no próximo evento.

“Eu fiquei com muita emoção, chorei de felicidade ao rever os meus grandes amigos e irmãos. Deverei estar aí em breve com vocês”, avisou.

De acordo com a organização, o Clam já estuda fazer um novo encontro e a previsão é que ocorra no meio do ano, possivelmente com motivos juninos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: Divulgação

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