Sem acordo, rodoviários mantêm paralisação e ônibus de Canudos não rodam em Belém
Rodoviários da empresa São Luiz decidiram, após negociação com os empregadores no final da manhã desta segunda-feira (10), continuar com a paralisação iniciada na sexta-feira (7) a fim de reivindicar o pagamento de salários e tíquete-alimentação atrasados. Nesta tarde, ocorreu uma reunião entre as partes, porém motoristas e cobradores não concordaram com a proposta apresentada pela empresa e resolveram continuar com a manifestação. Desse modo, não há circulação de ônibus da São Luiz em Belém, como informa Luciano Barros, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belém.
Na empresa atuam 85 rodoviários. Luciano Barros repassa que está em atraso o pagamento do salário de dezembro e mais do tíquete-alimentação de novembro e dezembro de 2021. Há casos de empregados que entram em férias mas não recebem o valor correspondente.
Saiba as linhas que estão sem circular
A empresa São Luiz opera com duas linhas:
• Canudos – Presidente Vargas;
• Canudos – Praça Amazonas Tucunduba.
Sem acordo
“A negociação agora à tarde ocorreu na garagem, em Canudos. A empresa propôs que os rodoviários voltassem ao trabalho e fossem retirando um valor estipulado por ela da renda diária. Mas a categoria não aceitou essa proposta e a paralisação continua”, destaca Luciano Barros.
Os rodoviários não concordaram com a proposta dos empregadores sob o argumento de que a empresa não possui quantia suficiente para atender a todos os empregados por meio do pagamento proposto. Outro aspecto argumentado pela categoria é que o valor proposto para se retirar da renda diária é mínimo e não elevado para fazer frente à demanda dos empregados. Em dezembro último, os empregados chegaram a protestar por duas vezes, e, agora, esta é a primeira paralisação em 2022.
A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) e aguarda por uma posição acerca do assunto.
Empresa alega colapso
Em Nota, o Setransbel informa: “A paralisação de hoje é reflexo do desequilíbrio financeiro que todas as empresas têm passado e do descaso com o setor, que tem como única fonte de receita a tarifa. O Setransbel ressalta que o sistema de transporte hoje não tem condições sequer de capacidade de pagamento aos custos atuais. Com a inflação em disparada, os gastos com o diesel, por exemplo, aumentaram 51%, custos esses que somados aos salários correspondem a 80% dos custos operacionais. E que, ainda assim, foram concedidos dois aumentos salariais (5,07% em maio/2019 e 2,5% em outubro/2021), sem qualquer repasse na tarifa que segue sem reajuste há mais de 30 meses”, repassa a entidade.