Nigeriana Okonjo-Iweala está prestes a se tornar primeira mulher à frente da OMC

A ex-ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, 66, está a um passo de se tornar a primeira mulher e a primeira africana à frente da Organização Mundial do Comércio (OMC). Principalmente após a desistência, nesta sexta-feira (5), da única rival dela, a sul-coreana Yoo Myung-hee.

A ministra sul-coreana do Comércio, de 53 anos, consultou os Estados Unidos – seu principal apoiador – e outros países importantes e “decidiu renunciar à sua candidatura”, disse seu Ministério em um comunicado. No entanto, a candidata nigeriana não será automaticamente nomeada, já que “a eleição exige um consenso que, na prática, significa a adesão dos Estados Unidos”, informou um diplomata europeu em Genebra.

O processo para designar o sucessor do brasileiro Roberto Azevêdo estava paralisado desde outubro, quando os embaixadores da OMC privilegiaram a candidatura da nigeriana, uma opção que contava com a oposição dos Estados Unidos durante a administração de Donald Trump. O responsável pela OMC costuma ser escolhido por consenso, o que paralisou o processo.

Okonjo-Iweala ainda não reivindicou a vitória e disse que espera primeiro o fim do processo de seleção, destacando que “a OMC deve concentrar sua atenção na pandemia de Covid-19 e na recuperação econômica global”, segundo seu porta-voz.

Antes da desistência sul-coreana, observadores sugeriram que os Estados Unidos estavam pressionando a Coreia do Sul, onde tem 28.500 soldados destacados para defendê-la da Coreia do Norte, para que mantivesse a candidatura de Yoo. A decisão de Seul de retirar sua candidata se dá duas semanas depois que o democrata Joe Biden assumiu o poder na Casa Branca.

Desafios

Entre as principais tarefas do próximo diretor da OMC está a reforma da organização, considerada necessária antes mesmo da eclosão da pandemia de Covid-19, em um contexto de negociações paralisadas e de tensões entre Washington e Pequim. Durante o governo Trump, os Estados Unidos também ameaçaram deixar a organização e paralisaram o tribunal de apelações do órgão de solução de controvérsias.

Okonjo-Iweala foi a primeira mulher a dirigir os Ministérios das Finanças e das Relações Exteriores da Nigéria. Ela foi diretora de Operações do Banco Mundial e, recentemente, liderou um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a Covid-19.

(Com informações da AFP)

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