Ucrânia cobra urgência em sanções, após Rússia reconhecer independência de separatistas

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, afirmou nesta terça-feira (22) que a decisão da Rússia de reconhecer independência de regiões separatistas arruinaram os esforços de paz e que os ucranianos podem romper relações diplomáticas com os russos. Zelenskiy também cobrou sanções do Ocidente contra Vladimir Putin.

“Temos uma escalada de ameaças à Ucrânia. É terrível não apenas para a Ucrânia, mas para o mundo todo. É na Ucrânia que o futuro da segurança da Europa está sendo decidida hoje”, declarou Zelenskiy durante encontro com o presidente da Estônia, Alar Karis. “Concordamos com a necessidade de sanções urgentes, porque é outro ato de agressão à Ucrânia. [Essas sanções] devem incluir o fim das obras do gasoduto Nord Stream 2”.

A Rússia é responsável por 1/3 do gás consumido na Europa. A Alemanha está no centro das pressões por conta de um gasoduto de 1.200 quilômetros (Nord Stream 2) que foi concluído em setembro, num megaprojeto de US$ 11 bilhões.

Estados Unidos e o Reino Unido já anunciaram que vão introduzir sanções contra os russos. Na madrugada desta terça-feira (22), o Japão também afirmou que “está pronto” para se unir aos EUA e outras nações do G7 na aplicação de sanções. A União Europeia deve decidir sobre o uso de sanções em uma reunião de ministros das Relações Exteriores europeus ainda nesta terça-feira.

‘Calma’

Zelenskiy minimizou a perspectiva de um conflito em larga escala com a Rússia, mas disse estar preparado para introduzir a lei marcial se isso acontecer. “Acreditamos que não haverá guerra contra a Ucrânia e não haverá grande escala”, declarou.

O presidente da Estônia pediu calma na região. “Continuamos a apoiar a Ucrânia de todas as formas possíveis. Peço aos líderes ucranianos que fiquem calmos e demonstrem o desejo de resolver de forma pacífica. A Rússia tem feito provocações nos últimos dias. Moscou deveria retirar suas forças do território ucraniano”.

Entenda o conflito

Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.

Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.

A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: CNN Brasil, com informações de Eliza Mackintosh, da CNN e da Agência Reuters

 

 

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