Pesquisa investiga substâncias oriundas de plantas amazônicas com potencial anticâncer

A pesquisa intitulada “Atividade antitumoral e antioxidante de extratos e frações obtidos de espécies de Piper da Amazônia” é desenvolvida na busca e identificação de novas substâncias com potencial anticâncer, oriundas do bioma Amazônico. O projeto recebe apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do Programa Mulheres na Ciência, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

As espécies de Piper da Amazônia têm nomes popularmente difundidos. Piper callosum é conhecida como óleo elétrico, Piper tuberculatum tem o nome popular de pimenta longa e jamburana e, Piper hispidum é chamada como matico, apertajoão, matico-falso, jaborandi ou falso-jaborandi.

O objetivo é avaliar a composição química e atividades biológicas de extratos alcoólicos e frações de plantas do gênero Piper cultivadas na região Amazônica, na expectativa de realizar preliminarmente uma triagem dos extratos e, em seguida, realizar um estudo bioguiado até a identificação de moléculas bioativas.

O estudo está sendo realizado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) envolvendo pesquisadores do campus de Itacoatiara e de Manaus sob coordenação da professora e bióloga, Renata Takeara Hattori, em parceria com o Laboratório de Oncologia Experimental (LOE), vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC), em colaboração com a pesquisadora Claudia do Ó Pessoa e a doutoranda Celina de Jesus Guimarães.

Renata Takeara Hattori justifica que, atualmente, antioxidantes naturais têm sido consumidos para prevenir e contribuir para a terapia do câncer e, que os compostos fenólicos extraídos de plantas da Amazônia abrirão novas perspectivas, no que diz respeito identificação de moléculas para o desenvolvimento de novos fármacos. A coordenadora destaca, ainda, que a química de produtos naturais continua contribuindo para o avanço na terapia oncológica, sendo uma fonte inesgotável e inspiradora de novas moléculas. Portanto, as plantas amazônicas podem contribuir para a ampliação do arsenal terapêutico no tratamento do câncer, como afirma Takeara.

“O bioma Amazônico estimula a busca por novos princípios ativos para serem aplicados no controle e tratamento do câncer. O trabalho ainda se encontra em fase preliminar. Os resultados direcionarão o fracionamento e isolamento dos princípios ativos presentes nos extratos e nas frações. Além disso, deve-se ressaltar que todo o processo de pesquisa para se chegar a um medicamento fitoterápico ou alopático, deve ser rigoroso, garantir a rastreabilidade, a segurança, eficácia terapêutica e minimizando os efeitos colaterais. Portanto, a pesquisa é pioneira e desafiadora, pois requer várias etapas que vão desde os ensaios pré-clínicos até clínicos”, destaca Renata.

Andamento

Os extratos foram fracionados e, no momento, estão sendo realizados os estudos preliminares da atividade citotóxica contra linhagens de células tumorais no Laboratório de Oncologia Experimental (LOE). O estudo químico está feito pelo grupo de Produtos Naturais: Análise química e atividades biológicas na Ufam de Itacoatiara, com a colaboração da bolsista de apoio técnico, Vanessa Farias dos Santos Ayres e no Laboratório QBIOMA, em Manaus, sob supervisão dos pesquisadores Anderson Cavalcante Guimarães, Midiã Rodrigues de Oliveira, Isadora da Silva Moita e Sarah Larissa Gomes Flores.

Publicação

É importante destacar que o projeto foi cadastrado no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e dos Conhecimentos Tradicionais Associados (SisGen) visando desenvolver o estudo respeitando todos os aspectos legais, na perspectiva de avançar no que se refere à proteção intelectual. Ao término da pesquisa deseja-se ter identificado novas moléculas com potencial antitumoral, ter gerado publicações, formação de recursos humanos e principalmente ter inspirado e estimulado a seguirem na carreira cientifica nas regiões Norte e Nordeste.

 

 

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