Mesmo estável, situação da saúde no Amazonas ainda preocupa

Enquanto a média móvel de óbitos por Covid-19 segue estável no Amazonas pelo quarto dia seguido, o Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), os governadores da Amazônia Legal e o governador João Doria (PSDB-SP) questionaram a redução do financiamento federal para leitos de UTI para pacientes da doença. A situação do sistema de saúde do Amazonas ainda preocupa. Nesta segunda-feira (8), o estado registrou 113 novas mortes pela doença e a média móvel de óbitos ficou em 121 —uma variação de -13% em relação aos últimos 14 dias, o que indica estabilidade, de acordo com especialistas (é possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15%). Os dados são do consórcio de veículos de imprensa.

Apesar dos números elevados, o Amazonas iniciou a preparação do ano letivo com uma jornada pedagógica que reuniu professores, pedagogos e gestores. As aulas, que começam dia 18, serão apenas virtuais, pela internet e TV aberta, em virtude da pandemia. Uma série de aperfeiçoamentos no esquema, iniciado ano passado, foram anunciados.

Redução de verbas

Em diversos estados, o atendimento às vítimas de Covid-19 esteve entre as principais pautas do dia. Os governos locais reclamam da redução de verbas para leitos de UTI destinados a infectados pelo novo coronavírus.

Segundo o governador paulista João Doria, a contribuição federal para a manutenção destes leitos em São Paulo, por exemplo caiu de 63% em maio para 11,4% este mês, o que representa uma queda de 80%. Pela segunda vez em quatro dias, ele ameaçou entrar na Justiça para pressionar o governo federal.

“São Paulo judicializará essa medida imediatamente no Supremo Tribunal Federal. É um absurdo termos a desabilitação de leitos de UTI pelo Ministério da Saúde, que deveria se antecipar e mantê-los disponíveis” João Doria, governador de São Paulo.

O Maranhão já ingressou hoje com ação no STF para “reabilitação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19, em todas as unidades federadas e especialmente no Estado do Maranhão”.

Governadores

Em outra frente, os governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que reúne os sete governadores dos estados da região Norte, mais Mato Grosso, publicaram uma carta aberta divulgada nas redes sociais na noite de domingo (7), em que cobram “a retomada imediata dos leitos de UTI para Covid-19 que estão sendo desabilitados pelo SUS”, nas palavras do governador Waldez Góes (PDT), do Amapá.

Segundo os governadores da região amazônica, a redução de gastos federais com UTIs para covid-19 ocorre em um momento em que a região sofre com o aumento de casos e demanda por leitos, sendo que Amazonas e Rondônia já transferiram pacientes para atendimento em outros estados. O que aconteceu foi que não houve planejamento. O orçamento de 2021 é o mesmo orçamento de 2019. Simplesmente desconsiderou o orçamento de 2020, como se simplesmente a pandemia tivesse terminado dia 31 de dezembro. Carlos Lula, presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão Até o momento não há relato de fechamento de leitos por falta de dinheiro, mas a redução nos investimentos pode ter atrapalhado.

 

Fonte: UOL, com agências de notícias

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