Dez anos sem os dribles e os gols de um simples Fenômeno
Há dez anos, mais precisamente no dia 14 de fevereiro de 2011, um capítulo enorme da história do futebol mundial se encerrava, uma vez que foi a data em que Ronaldo Fenômeno anunciou a saída dele do Corinthians e, consequentemente, a aposentadoria. Após uma incrível jornada de recuperação no Timão, com grandes atuações, títulos e muitos gols, o atacante decidiu interromper a carreira aos 34 anos.
“Estou aqui hoje para falar que estou encerrando a minha carreira como jogador profissional. Quero dizer que essa carreira foi linda, maravilhosa, emocionante. Muitas derrotas, infinitas vitórias. Fiz muitos amigos, não me lembro de ter feito nenhum inimigo. Enfim, estou antecipando o fim da minha carreira por alguns motivos importantes. Todos sabem do meu histórico de lesões, tenho tido nos últimos dois anos uma sequência muito grande de lesões. Essas dores me fizeram antecipar o fim da minha carreira”, disse.
“Há quatro anos, no Milan, eu descobri que sofria de um distúrbio que se chama hipotireoidismo, que desacelera o metabolismo. Para controlar, eu teria que tomar uns hormônios que não são permitidos no futebol. Muitos devem estar arrependidos de terem feito tantas chacotas com o meu peso. Eu não guardo mágoa. Só queria explicar isso no último dia da minha carreira”, completou o ídolo corintiano em sua coletiva de despedida.
Biografia
Ronaldo Luís Nazário de Lima nasceu em 18 de setembro de 1976, no Rio de Janeiro, e deu os primeiros passos com a bola no time de futsal carioca Valqueire Tênis Clube. Depois teve passagens pelo Social Ramos Clube, até se transferir para o São Cristovão, de onde saiu para o Cruzeiro. E foi no clube mineiro que se profissionalizou e alcançou a fama como atleta no segundo semestre de 1993. Na época conquistou a Copa do Brasil e o Campeonato Mineiro.
O futebol rápido e objetivo o levou para a Europa e daí em diante, não parou de fazer gols e encher os olhos do mundo com a bola nos pés. Jogou no PSV, onde foi artilheiro e campeão da Copa dos Países Baixos. Transferiu-se para o Barcelona em 1996, onde teve a melhor temporada da carreira em número de gols, conquistando a Supercopa da Espanha, a Copa do Rei e a Recopa Europeia. Na ocasião, acabou escolhido como melhor jogador do mundo pela Fifa e segundo melhor pela France Football no tradicional prêmio Ballon d’Or. Foi o mais jovem a receber o prêmio da entidade máxima do esporte, com apenas 20 anos.
Surpreendentemente, transferiu-se para a Internazionale no ano seguinte, quebrando o recorde da transferência mais cara da história até então. Foi eleito pela segunda vez como o melhor jogador do mundo em sua primeira temporada no clube, dessa vez tanto pela premiação da Fifa como na Bola de Ouro, também tornando-se o mais jovem vencedor da história do prêmio da revista francesa.
Em 1998, um dos anos mais goleadores dele, foi eleito como segundo melhor do mundo pela Fifa, e como terceiro pela France Football. Na equipe italiana, venceu a Copa da Uefa.
Em agosto de 2002, o Real Madrid anunciou a compra do atacante. E foi no clube espanhol que Ronaldo se transformou num dos poucos jogadores que estiveram dos dois lados do El Clásico. Pelo clube merengue, venceu a Copa Intercontinental de 2002, a Supercopa e o Campeonato Espanhol; além disso, foi eleito o Melhor do Mundo pela FIFA em 2002 e venceu a Ballon d’Or no mesmo ano.
O último clube europeu foi o Milan: ao ingressar no clube em 2007, entrou para a história como um dos jogadores que atuou em ambas as equipes do Derby de Milão. Contudo, a passagem foi curta, devido a novas lesões, fazendo com que ele jogasse apenas 20 partidas em duas temporadas.
Já no fim da carreira, foi anunciado pelo Corinthians em 2009, conquistando uma Copa do Brasil e um Campeonato Paulista. Jogou no clube até 2011, quando anunciou a aposentadoria.
Seleção
Com apenas 17 anos, na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, integrou a Seleção Brasileira e, mesmo sem jogar, foi tetracampeonato.
Ronaldo foi, ao lado de Rivaldo, o grande nome do vice-campeonato na Copa de 1998, na França, sendo eleito o melhor jogador da competição.
Também foi o protagonista na conquista do quinto título mundial da verde-amarela na Copa do Mundo de 2002, sendo artilheiro do torneio. Atrás apenas de Pelé, foi o segundo maior goleador da história da Seleção Brasileira, com 67 gols, sendo durante oito anos, o maior goleador da história das Copas, com 15 gols, recorde superado apenas em 2014 pelo alemão Miroslav Klose.
Foi considerado pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
Desde 2002, Ronaldo é Embaixador da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU). Ainda é embaixador do Corinthians e do Real Madrid. Foi membro do Conselho de Administração do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.