Soprano brasiliense conquista vaga em conservatório americano
O sonho de participar de grandes montagens de ópera clássica pelo mundo fez com que a soprano brasiliense Manuela Korossy, de 19 anos, conquistasse uma das vagas no conservatório americano Juilliard School, em Nova York. A centenária instituição é uma das principais em artes performáticas do planeta.
A jovem artista deve começar seus estudos em setembro e, apesar de ter conseguido uma bolsa parcial de quase 90% dos custos, está em campanha para reunir recursos que possibilitarão os primeiros passos na consolidação de sua carreira artística iniciada na infância. Para viabilizar a manutenção durante a temporada de estudos, a jovem montou uma “vaquinha” virtual.
“Sempre tive um contato muito diverso dentro da música e, desde muito cedo, meus pais identificaram que eu tinha facilidade com alguns instrumentos, com percepção musical, o que fez com que eles me matriculassem em um projeto de musicalização infantil na UnB [Universidade de Brasília] quando eu tinha 7 anos, o que foi fundamental para que pudesse me desenvolver de forma tão rápida”, conta Manuela.
A artista chegou a estudar piano na Escola de Música de Brasília, uma das mais tradicionais da cidade, mas ficou “fascinada” pela ópera por envolver técnicas como habilidades de canto e palco.
“Iniciei um curso de piano na Escola de Música, mas sempre tive uma veia para as artes performáticas mais do que para instrumento. Então, não só a música clássica, como a performance de palco me fascinam muito. Eu já dançava balé clássico quando era criança. Além da música, na ópera tem muita essa questão da interpretação porque é um teatro cantado. Então, sempre foi um universo meio fantástico para mim. Eu sempre quis trabalhar com performance”, afirma.
Julliard School
Fundada em 1905, a Julliard School está localizada no coração de Manhattan, próximo a lugares icônicos para a música clássica mundial como o Metropolitan Opera House e o Balé de Nova York. Atualmente, a instituição tem 800 alunos, oriundos de 42 países e regiões, que foram estudantes de dança, drama (atuação e dramaturgia) e música (clássica, jazz, performance histórica e artes vocais).
A jovem soprano conta que os primeiros passos no palco foram em 2013, ao participar da ópera Carmen, no Teatro Nacional. Segundo Manuela, a pandemia de covid-19 fez com que tivesse oportunidade de participar de audições virtuais. No entanto, dez dias antes das seleções foi diagnosticada com covid-19 e driblou uma falta de ar para conseguir se apresentar.
“Além da grande escola e de ser uma estrutura inegavelmente de excelência, a Julliard é a maior instituição de artes performáticas do mundo, estar no coração do mundo dá muitas perspectivas profissionais”, avalia. “Assim que eu me formar, quero ingressar no mercado de trabalho como o mais alto nível que puder e pretendo direcionar o curso para isso. Pretendo atingir a excelência performática, afinal essa é a escola que procurei e foi justamente por isso. Acho que é uma oportunidade que vai me abrir muitos caminhos”, acrescenta.
Fonte: Agência Brasil