Terminal novo, ônibus velho: William Alemão registra flagrante na inauguração do T1
A entrada de um ônibus da empresa Eucatur com mais de dez anos de rodagem, no Terminal de Integração 1 (T1), “roubou a cena” na manhã desta segunda-feira (17), durante a reinauguração do complexo. O flagrante foi registrado pelo vereador William Alemão (Cidadania) e denunciado no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), como afronta à lei 1779/2013, que dispõe sobre os Serviços de Transporte Público Coletivo de Passageiros na capital amazonense.
Com base nos termos estabelecidos pela lei, o parlamentar destacou a obrigatoriedade de os veículos rodarem em condições adequadas, e também chamou atenção para a presença de outro ônibus, dessa vez da empresa Global Green, por estar em pane mecânica, justamente nas proximidades do terminal e no horário da inauguração.
Alemão sugeriu, ainda, que os novos aparelhos de tv instalados no T1, possam passar informações ao usuário, sobre o tempo real de espera nos terminais e paradas. O parlamentar fez referência ao assunto, para lembrar do controle que hoje é prestado pelo Consórcio Operacional (Cope), criado pelo Sinetram para definir o porcentual de valores a ser pago às empresas, de acordo com a quilometragem rodada dentro da cidade.
“Estive hoje cedo nessa inauguração e verifiquei que ainda faltam algumas coisas para ficar 100%. Seria maravilhoso se esse sistema da Cope estivesse no terminal agora, com as TVs que foram espalhadas, em que o usuário pudesse olhar e saber o tempo real em que o ônibus iria demorar para chegar. É quase um sonho imaginar isso, numa parada de ônibus em Manaus”, observou William Alemão.
O vereador reiterou que muita coisa ainda precisa ser feita para que o manauara tenha um transporte público efetivo e de qualidade, apesar da nova estrutura, erguida em plena avenida Constantino Nery, zona Sul da capital.
“Eu vi nada mais nada menos, que um ônibus de 2009 entrando no terminal. É proibido, gente! Com mais de dez anos, não pode mais rodar. Há uma lei para isso! Chamei o fiscal e disse: olha, isso aqui não pode. Infelizmente, no meio de uma ocasião tão importante, havia um ônibus articulado quebrado da Global Green, no início da Constantino Nery”. Toda uma estrutura montada, presença da imprensa, e um ônibus quebrado. Então, mostra o quão longe estamos do ideal para a população de Manaus”, disparou.
Alemão informou que já deu entrada num requerimento em que solicita, do Instituto Municipal de Transporte Urbano (IMMU), o envio dos contratos firmados entre a prefeitura e as empresas, celebrados no fim de 2020. O objetivo é verificar tais contatos e compará-los com o que ele constatou pessoalmente, por meio de fiscalizações, como o mau estado de conservação dos ônibus e a falta das condições necessárias à prestação do serviço de transporte público coletivo.
Lixo
Além do transporte coletivo, William Alemão falou sobre o acúmulo de lixo e a retirada de toneladas de entulho, com a subida das águas. O vereador apresentou um vídeo do tour que realizou pela orla de Manaus, na última quinta-feira (13), quando mostrou a situação de calamidade vivida por muitas famílias. Ele chegou a pedir apoio aos colegas vereadores, na apreciação do Projeto de Lei 246/2021, em que propõe mudanças na Lei 2295/2018, que dispõe sobre aplicação de multa ao cidadão (a) que for flagrado jogando lixo em logradouros públicos.
“A lei de 2018, que, inclusive, está em vigor, não é clara; não diz quem é que multa, só para onde vai a multa. Então, logo ela se torna uma lei que não se consegue colocar em prática. Então, tem essa alteração com o PL 246, que eu peço aos senhores, olhem com carinho essa proposta, assim que o PL chegar para ser discutido e votado. Eu passei no centro, fui pelo rio. Provavelmente teremos a maior enchente e, com isso, aparece lixo em tudo que é lado”, comparou.
Alvará
Como terceiro assunto do pronunciamento, William Alemão mais uma vez se mostrou preocupado com a realidade dos empresários, principalmente, aqueles que sentiram bastante os efeitos negativos provocados pela pandemia de Covid-19 e estão com dificuldades para o Alvará de funcionamento dos estabelecimentos em questão.
“Sempre foi falado na pandemia: primeiro a vida, depois o comércio; vamos fechar todo mundo. Pois bem, para quem não sabe, o Alvará de todo comércio de Manaus venceu dia 5. Como é que paga, se os estabelecimentos ficaram fechados por quase sete meses, entre 2020 e 2021? Fica quase impossível. Essa casa precisa pensar, ouvir essas pessoas e ver o que pode fazer em relação ao valor cobrado no imposto. A prefeitura gasta milhões no recolhimento de lixo dos Igarapés, graças também ao que é recolhido de impostos pagos também por esses empresários. Só que, nesse momento, não tem como esse pagamento estar em dia, se não houve receita para isso”, observou Alemão.
Texto: Assessoria de Comunicação do vereador William Alemão
Fotos: Assessoria do vereador