Bolsonaro pede para Exército não punir Pazuello

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que não quer ver o ex-ministro Eduardo Pazuello punido por participar de um ato em favor do presidente no Rio de Janeiro, há uma semana.

A proteção sugerida por Bolsonaro a Pazuello amplia a crise entre a Presidência e o Planalto. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o ato do ex-ministro da Saúde gerou irritação no Alto-Comando do Exército, colegiado de 15 generais de quatro estrelas encabeçado por Paulo Sérgio.

O grupo defendeu a punição a Pazuello. Pelo regimento militar, que veta manifestações políticas de quem está fardado, é inegociável a situação: ele pode ser advertido verbalmente, receber uma repreensão por escrito ou pegar 30 dias de cadeia em um quartel.

No Alto-Comando, a repreensão, vista como desonrosa, parecia de bom tamanho. A ideia de Pazuello ir à reserva para atenuar a crise, por sua vez, já é vista como insuficiente entre os fardados.

O ex-ministro disse que não pode ser punido porque apoiava o cidadão Bolsonaro, não o presidente em um ato político. Chegou a alegar que o fato de o presidente não ser filiado a um partido despolitizaria todo o evento. O conceito foi dado pelo próprio Bolsonaro em uma live, na última quinta-feira (26).

Por absurda, a argumentação reforçou a crítica inclusive à hipótese de Pazuello ir à reserva para proteger a instituição. Para militares ouvidos pela Folha de S.Paulo, mesmo que o ex-ministro fizesse o gesto, a linha já foi cruzada e a punição se faz imperiosa.

Segundo um interlocutor do comandante do Exército, Paulo Sérgio se vê num beco sem saída. Se acatar o desejo do chefe e poupar Pazuello, abrirá a porta da politização das Forças Armadas de forma inequívoca e ainda perderá a autoridade ante seus pares que são contrários a isso.

Por outro lado, se punir Pazuello, Paulo Sérgio poderá se ver numa situação em que a permanência no cargo será insustentável, levando à segunda crise militar em dois meses.

Paulo Sérgio tem uma semana para decidir o que fazer com o ex-ministro da Saúde.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Yahoo!

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