Carioca faz história e ganha 1ª medalha de uma brasileira no Mundial
A brasileira Laura Amaro fez história nesta terça-feira (14) ao conquistar a primeira medalha de uma pesista do país em um Campeonato Mundial de levantamento de peso. A carioca de 21 anos foi vice-campeã na prova do arranco, onde o atleta levanta a barra até acima da cabeça de uma vez, sem apoiá-la no corpo. A competição é realizada em Tashkent (Uzbequistão).
Laura, que compete na categoria até 76 quilos, ergueu a barra com 108 quilos na terceira e última tentativa, ficando atrás só da russa Iana Sotieva, que levantou quatro a mais. A norte-americana Martha Ann Rogers, que teve 107 quilos como melhor marca, completou o pódio do arranco.
“Ler uma história é muito legal, mas essa sensação de escrever, saber que o nome vai ficar marcado, saber que vou abrir portas para outros brasileiros dominarem o mundo, não tem preço para mim. Sou a primeira mulher a conquistar uma medalha em Mundial, é de uma representatividade muito grande. Esse trabalho começou no Brasil com meu treinador Saul [Carlos Aveiro], minha nutricionista Dani, meu fisioterapeuta Vitor. Estou muito feliz. O Brasil não vai mais participar não. A gente vai vir para dar trabalho e cada vez mais fazer história”, comemorou Laura, segundo publicação do site da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP).
Ao contrário da disputa olímpica, que leva em conta apenas a soma dos resultados de arranco e arremesso (quando o pesista levanta a barra na altura do ombro, depois a ergue acima da cabeça e aguarda o sinal dos árbitros para soltá-la), nas provas do Mundial há premiação separada. No arremesso, Laura ficou em quarto lugar, com 132 quilos movimentados, dois a menos que a medalhista de bronze Suhyeon Kim, da Coreia do Sul.
Com 240 quilos erguidos ao todo, a brasileira também ficou na quarta posição geral, apenas dois quilos atrás de Sotieva, que ficou com o bronze. A carioca ainda estabeleceu a melhor marca de uma atleta do país, três quilos acima da alcançada por Jaqueline Ferreira e Monique Araújo em 2015.
“Foi sensacional. Perdemos por pouco outras medalhas, foi uma batalha fantástica. Laura se superou de um jeito absurdo, demonstrando que acertei quando falei que ela viria para brigar por medalha, que coloca o Brasil junto com todas as potências mundiais. Quando aparecer a tabela de medalhas, o nome do país estará lá escrito. É isso que importa no dia de hoje. Está mostrando a evolução que o nosso trabalho teve e esperamos que consigamos melhorar ainda mais”, destacou o treinador da seleção, Dragos Stanica, também à CBLP.
A prata de Laura foi a terceira medalha brasileira em um Mundial de levantamento de peso. Em 2018, Fernando Reis herdou dois bronzes (arranco e geral) depois do uzbeque Rustam Djangabaev, que havia terminado ambas as disputas em terceiro lugar, ser pego no doping e ter o resultado cassado. Atualmente, o próprio Fernando está suspenso por doping, flagrado em exame realizado em maio, que custou a participação na Olimpíada de Tóquio (Japão).
Fonte: Agência Brasil
Foto: Divulgação/CBLP