Converter apoios em votos é desafio no 2º turno, dizem especialistas

para os candidatos à Presidência por meio do apoio de governadores eleitos é “muito difícil”.

“Um elemento bastante expressivo é que esses apoios refletem muito da estratégias do que as campanhas devem buscar para esse segundo turno”, disse Dolci à CNN. “Agora se isso leva, de fato, a uma migração de votos? É muito difícil a gente ver isso com um apoio direto. Até porque Minas Gerais, por exemplo, é um caso em que Lula venceu no estado, mas o Zema se reelegeu”, acrescentou.

O cientista político também analisou os possíveis impactos de outros apoios obtidos pelos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

“Bolsonaro, de alguma forma, está tentando buscar palanques no Nordeste, não conseguiu. Isso dificulta a chance de ele aumentar a parcela de votação dele na região. Em compensação, ter os candidatos fortes do Sudeste facilita para ele, na medida em que ele mesmo conseguiu ter uma votação expressiva e ter o apoio do Romeu Zema, por exemplo, que entra nesse contexto de ajudar na campanha”, concluiu.

O cientista político Creomar de Souza, por sua vez, em entrevista na última quinta-feira (6) também ressaltou que a polarização política entre Lula e Bolsonaro dificulta prever qual será o movimento do eleitor, que pode ser guiado por outras percepções, para além do suporte de outros políticos de peso.

“O que nós temos, em âmbito histórico, é que apoio político tem uma simbologia, mas, na hora do vamos ver, parece que o eleitor se guia por outras percepções. A gente tem que observar para ver se, em uma eleição tão peculiar como essa de 2022, vai ter esse componente diferencial novo”, disse.

O especialista enfatizou que o resultado depende do nível de engajamento desses apoios diante de uma corrida eleitoral acirrada. “A manifestação de apoio é uma coisa, mas essa turma vai arregaçar a manga e sujar o pé de barro fazendo campanha pelo Brasil? Isso é um ponto que gente vai ter que verificar nas próximas semanas”, aponta Souza.

Já o cientista político Rafael Cortez, também em entrevista exibida pela CNN na última quinta-feira, avalia que diversos fatores condicionam uma possível “transferência de votos” no segundo turno, como, por exemplo, o status das disputas estaduais.

“Em lugares em que as eleições já se encerraram no nível estadual, e só falta [a escolha] presidencial, em tese, tende a haver abstenção maior. Então, o trabalho para virar votos nesses locais tende a ser maior, como, por exemplo, em Minas Gerais e o Rio de Janeiro”, destacou Cortez.

Fonte: CNN/Brasil

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