CPI da Covid aprova pedido de afastamento da Capitã Cloroquina do Ministério da Saúde

CPI da Covid no Senado aprovou nesta terça-feira (3) o pedido de afastamento da médica Mayra Pinheiro, mais conhecida como “Capitã Cloroquina”, do cargo de secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.

O requerimento será encaminhado para a pasta, para que o ministro Marcelo Queiroga determine o afastamento temporário da secretária. Caso a pasta não adote providências, o documento será encaminhado para um juiz federal para que seja concedida uma medida cautelar de afastamento temporário.

O pedido foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, que argumentou que “já há elementos suficientes para apontar a participação direta e inequívoca” de Mayra Pinheiro nas ações do governo federal ao longo da pandemia da covid-19.

“Não dá para o ministro Queiroga manter na sua equipe uma pessoa que pensa totalmente diferente da ciência”, afirmou o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM).

A CPI aprovou ainda a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O nome dele teria sido envolvido pelo presidente Jair Bolsonaro em um suposto esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin.

A denúncia foi apresentada pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), que também teve os sigilos quebrados. No depoimento à CPI da Covid no Senado, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que Bolsonaro citou o nome de Barros quando foi informado pelo parlamentar e por seu irmão, Luis Ricardo Miranda, no dia 20 de março, sobre irregularidades envolvendo o contrato de R$ 1,6 bilhão assinado pelo ministério com a Precisa Medicamentos para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do pedido, o objetivo é apurar a relação do parlamentar com integrantes do governo.

Deputado Luis Miranda na saída da CPI da Covid no Senado
Deputado Luis Miranda (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Os senadores não entraram em consenso sobre a convocação do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, para depor à CPI da Covid. Por isso, o senador Alessandro Vieira, autor do requerimento, retirou o documento de pauta.

Segundo o parlamentar, a ida do militar ao colegiado refere-se à necessidade de “esclarecer e detalhar” as ações do governo federal na pandemia, já que ele coordenava as ações de vários ministérios que deveriam atuar no enfrentamento da pandemia. “Se esse cidadão não precisa ser ouvido numa CPI que investiga ações e omissões do governo federal, tenho dúvida de quem precisa”, disse Alessandro Vieira.

Braga Netto era ministro da Casa Civil no início da crise sanitária e responsável por gerenciar e centralizar as discussões sobre medidas de enfrentamento ao coronavírus. Ele também teria conduzido reunião no Palácio do Planalto que discutiu a possibilidade de edição de um decreto presidencial para alterar a bula da cloroquina e indicá-la contra a covid-19. O medicamento é comprovadamente ineficaz contra a doença.

Fonte: Yahoo!

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