De volta ao cenário político, José Melo diz que tentou o suicídio após sair da prisão
Pré-candidato a deputado estadual nas eleições do próximo ano, o ex-governador do Amazonas José Melo disse, nesta segunda-feira (8), que chegou a tentar o suicídio, depois de ter sido cassado, preso e ficado com a possibilidade de perder a pensão vitalícia, da qual tem direito. Durante entrevista à TV e Rádio Tiradentes, Melo revelou que viveu um verdadeiro inferno no período, e que precisou escrever um texto com 110 laudas, para contar toda a “história” da vida dele e dos políticos com quem tem convivido, antes de cometer o ato.
José Melo foi cassado por suposta compra de votos, e detido, acusado de envolvimento na operação “Maus Caminhos”, que investiga desvios de verbas da saúde no Amazonas. Foram 133 dias na cadeia e mais 1.140 dias obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
“Eu não desejo aquilo para o pior inimigo. É a pior de todas as discrecências com um ser humano”, definiu.
Segundo o ex-governador, que foi condenado a oito anos de inegibilidade por prática de abuso de poder nas eleições de 2014 e diz ser inocente de todas as denúncias contra ele, o referido documento foi destruído, assim que ele foi estimulado a desistir da ideia de tirar a própria vida, por conta de uma situação no mínimo inusitada.
“Naquelas onze laudas estava toda história da minha vida e de todos os políticos com quem tenho convivido. Uma herança maldita para os meus filhos, uma herança maldita para mim, do ponto de vista espiritual, porque eu ia para o inferno, eu ia me matar. Mas, eu ia deixar um estrago muito grande. Às onze da manhã, Edilene (esposa) me acorda e disse: a minha irmã teve uma filha e abriu os pontos dela, e queria saber se poderia vir para cá. A criança veio, eu tinha colocado aquilo que tinha escrito dentro da gaveta. Aí eu me apeguei à criança e esqueci daquilo. Está rasgado, queimado, porque conheci Deus. Eu fui salvo por aquela criança”, revelou, emocionado.
Sobre a cassação, José Melo justificou que precisou de três horas e vinte minutos para mostrar as provas e dizer ao juiz que não sabia porque estava inserido no processo.
“O processo não corre em segredo de justiça, é aberto para o povo. Quem quiser saber quais sãos os culpados, é só ir lá. Uma coisa eu garanto: este carequinha aqui, vocês não vão encontrar lá. Porque essas culpas eu não tenho, não posso pagar pela culpa dos outros”, disse, alegando ter sofrido muitas injustiças e traições, que serviram como lição para ele.
Nesse retorno à vida pública, José Melo diz que continua filiado ao Pros e que, nesta pré-candidatura, tem como bandeira de luta, a defesa da matriz ambiental.
“Essa é minha meta principal e será minha religião daqui pra frente”, destacou.
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