Donald Trump chega a Nova York para se apresentar à Justiça
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump chegou a Nova York nesta segunda-feira (3) se apresentar à Justiça. O comparecimento perante às autoridades está marcado para esta terça-feira (4).
O avião que o transportava pousou no aeroporto de La Guardia pouco depois das 15h25 (horário local). Ele passará a noite desta segunda-feira na Trump Tower, de acordo com uma fonte familiarizada com seus planos.
Na quinta-feira (30), Trump foi acusado formalmente pelo grande júri de Manhattan. O escritório do promotor distrital local está investigando o ex-presidente sobre um suposto esquema de pagamento de suborno e encobrimento envolvendo a estrela de cinema adulto Stormy Daniels durante a campanha eleitoral à Presidência de 2016.
É a primeira vez na história do país que um atual ou antigo mandatário enfrenta acusações criminais.
O Serviço Secreto deve acompanhar o empresário no início da tarde de terça-feira ao escritório do promotor distrital, que fica no mesmo prédio do tribunal, onde ele deve ser acusado formalmente.
O ex-presidente deve retornar à Flórida logo após sua audiência no tribunal e agendou um evento para falar publicamente.
Entenda os próximos passos do caso
Quando alguém é acusado formalmente nos EUA, às vezes as acusações atribuídas à pessoa são mantidas sob sigilo até a primeira vez que o réu compareça perante o tribunal. No caso de Trump, elas atualmente não são públicas.
“Esta noite, contatamos o advogado do Sr. Trump para coordenar sua apresentação ao gabinete do promotor de Manhattan para denúncia em uma acusação de Suprema Corte, que permanece sob sigilo. A orientação será fornecida quando a data da acusação for selecionada”, disse um porta-voz do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, em comunicado.
Os primeiros comparecimentos são geralmente procedimentos públicos. Se não for necessária a prisão do réu, são feitos acordos com eles ou seus advogados para uma entrega voluntária às autoridades policiais.
Em sua primeira aparição no tribunal, os réus geralmente são autuados e suas impressões digitais são registradas.
Os advogados de Trump foram informados da decisão do grande júri logo após a denúncia ser divulgada publicamente, destacaram fontes à CNN. Um representante do ex-presidente pontuou à CNN que Trump provavelmente será acusado em tribunal na próxima semana.
O que acontece em uma primeira aparição pode variar. Mas se ela também for de denúncia, espera-se que uma declaração da defesa sobre culpa ou não do réu seja apresentada.
Também é comum que as condições de soltura sejam discutidas – como restrições de viagem ou confinamento domiciliar – e os réus sejam informados de seus direitos. Os advogados do governo e do réu também costumam comparecer nesta fase do processo judicial.
Trump provavelmente terá permissão para se entregar voluntariamente, mas ainda não está claro se sua acusação acontecerá pessoal ou remotamente.
Ele terá que passar por certos processos pelos quais qualquer outro réu deve passar quando uma acusação for feita contra ele.
Porém, o status de Trump como um ex-presidente que atualmente está concorrendo à Casa Branca novamente sem dúvida demandará segurança adicional e preocupações práticas em torno dos próximos passos em seu caso.
Qualquer viagem que o ex-chefe de Estado deva fazer para o processo precisará ser coordenada com o Serviço Secreto e outras agências de aplicação da lei.
Essas conversas entre o Serviço Secreto, o Serviço de Delegados dos Estados Unidos e o Departamento de Polícia de Nova York começaram, disse uma fonte sênior da polícia novaiorquina à CNN.
Os oficiais do Departamento de Polícia de Nova York foram informados na noite desta quinta-feira (30), por meio de um memorando interno, que deveriam estar uniformizados e prontos para o destacamento na sexta-feira (31).
O caso
Stephanie Clifford, estrela de cinema adulto conhecida como Stormy Daniels, é uma das figuras centrais no processo contra Donald Trump. O republicano está sob investigação por seu papel em um esquema de suborno para Daniels.
No final de outubro de 2016, dias antes da eleição presidencial daquele ano, o então advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, fez um pagamento de US$ 130 mil a Daniels para supostamente impedi-la de tornar público um suposto caso com o ex-presidente uma década antes. Trump negou o caso.
O advogado efetuou o pagamento com recursos próprios e posteriormente recebeu um reembolso que Donald Trump alegou ser de seu dinheiro e não da campanha presidencial.
Em 2018, ela publicou um livro no qual descrevia explicitamente o suposto caso com Trump.
O então advogado da estrela do cinema adulto disse que o livro pretendia provar que sua história sobre fazer sexo com Trump é verdadeira.
Fonte: CNN Brasil
Foto: Reprodução/CNN