Ernesto Araújo diz que Bolsonaro reproduz desinformação a favor da Rússia
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, fez uma crítica nesta terça-feira (1) às ações e declarações do governo brasileiro e do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a guerra na Europa. Para ele, Bolsonaro está “reproduzindo desinformação” sobre a invasão russa à Ucrânia.
“A Rússia está plantando, obviamente, desinformação no Ocidente para desviar a atenção do fato central, que é uma agressão da Rússia à Ucrânia, naquilo que é, obviamente, uma guerra de conquista”, disse Araújo em um vídeo publicado no canal dele no YouTube.
“Então, todos esses pontos, ‘são povos irmãos’, ‘não pode ter Otan’, o presidente
Para o ex-chanceler brasileiro, Bolsonaro erra ao se referir ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky como “comediante”, como se fosse algo negativo.
A “tentativa de descrédito” do chefe de Estado da Ucrânia, ainda que a fala de Bolsonaro neste momento faz com que a “preferência pela Rússia” fique óbvia. Segundo o ex-chanceler, não há nenhuma neutralidade na forma diferente com a qual o presidente brasileiro trata Zelensky e Vladimir Putin, o presidente da Rússia.
Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, também citou a fala de Bolsonaro. Na segunda- feira (28), Tkach afirmou que o presidente do país “é democraticamente eleito e não importa qual foi a profissão dele antes de se eleger”.
“Agora ele é um líder da nação e está liderando a guerra contra o 2º maior exército do mundo”, disse o encarregado.
O ex-ministro já tinha criticado a visita de Bolsonaro à Rússia em momentos antes da guerra. Na época, ele afirmou que o presidente não agia com neutralidade, já que foi apenas ao território russo e não ao ucraniano.
Ernesto ainda analisou os supostos motivos para a aproximação com Putin: apoio ao Brasil na defesa pela soberania da Amazônia e as relações econômicas na área de fertilizantes.
Para Araújo, a defesa da soberania precisa ser constante e não apenas quando interessa. Segundo ele, naquele momento interessou ao governo russo ficar do lado do Brasil e contra a França, por exemplo, e agora interessa desafiar a soberania ucraniana.
Fonte: Yahoo!
Foto: Marcos Corrêa/PR