Moradores de Iranduba querem ser ouvidos em relação a aterro sanitário

Representantes de comunidades rurais, pequenos produtores e moradores do município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus) promovem ato público nesta terça-feira (8/03), às 8h, contra a instalação do aterro sanitário na entrada da cidade. A manifestação será em frente ao prédio da prefeitura local. De lá, seguirão também para a representação da Defensoria Pública na cidade.

Eles reivindicam uma audiência com o prefeito José Augusto Ferraz de Lima, que até agora não recebeu os comunitários para falar sobre o projeto. Além disso, o grupo denuncia a falta de escuta das comunidades dos ramais por meio do processo de consulta pública em audiências previamente divulgadas.

No dia 20 de dezembro passado, moradores das comunidades de Paricatuba, Bom Jesus, Nova Esperança, Fé em Deus, Cachoeira do Castanho e Lago do Mudo entregaram ao governador Wilson Lima (PSC), um abaixo-assinado contrário à obra.

Diante o problema, denunciado também em audiência pública que não teve divulgação prévia, em novembro, os comunitários recorreram à mediação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) para tentar garantir o direito de serem ouvidos quanto à instalação do aterro sanitário na cidade. A primeira audiência, segundo eles, já estava marcada para o próximo dia 27. No entanto, a pessoa responsável foi afastada do caso e transferida para outra comarca. Depois disso, um novo documento passou a circular nas comunidades divulgando duas audiências públicas programadas para o mesmo dia, em comunidades diferentes.

Outra denúncia feita pelos representantes do movimento contrário ao aterro é quanto à promoção de ações sociais dentro dos ramais, por parte da empresa interessada no projeto do aterro, onde as pessoas são convidadas a assinar documento aceitando a instalação do local para depósito de resíduos sólidos.

Prejuízos

De acordo com o engenheiro florestal David Franklin da Silva Guimarães, morador de Iranduba, Iranduba abriga pontos turísticos importantes no entorno dessa obra como a Cachoeira do Castanho, Paricatuba, Açutuba, que têm impacto direto no turismo local e para as comunidades do entorno. Entre as pessoas que sobrevivem da agricultura familiar e do turismo estima-se 500 famílias.

Além disso, ele aponta que toda a área do município é coberta por Unidades de Conservação como a Área de Proteção Ambiental (APA) Encontro das Águas, que é municipal, a APA Margem direita do Rio Negro, de caráter estadual, além da proximidade com o parque nacional de Anavilhanas, que é federal, e da RDS do Rio Negro.

O estigma social é um dos principais prejuízos, segundo ele, já ocorrido em outras cidades do mundo, é um dos principais prejuízos que podem impactar diretamente o crescimento e desenvolvimento dos potenciais econômicos do local.

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