‘Mulheres que cantam’ ressalta o empoderamento feminino na música
Historicamente, a supremacia masculina está presente nos mais diversos cenários da sociedade. No universo musical, o cantor e compositor Eliberto Barroncas propõe a ruptura dessa lógica por meio do projeto “Mulheres que cantam”, que elegeu dez mulheres de vários segmentos da arte para interpretar músicas inéditas, inspiradas na poética do universo feminino.
O projeto, que resultará em um CD, foi contemplado no Edital Prêmio Manaus de Conexões Culturais com recursos da Lei Aldir Blanc, da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), e está em estúdio, em fase de mixagem e finalização.
Dez mulheres foram convidadas para interpretar dez canções inéditas produzidas pela parceria de Eliberto e Adalberto Holanda, ambos compositores. As músicas nasceram ao longo dos últimos 15 anos e foram feitas para momentos pontuais, mas não chegaram a ser lançadas. De acordo com Eliberto Barroncas, as canções ressaltam, essencialmente, o poético feminino, exaltando a vida em todos os sentidos.
As cantoras Enna Carvalho, Edilene Farias, Guerline Richard, Suzana Cláudia Freitas, intérpretes mais próximas da Música Popular Brasileira e Amazônica, além da cantora Daniela Nascimento, que atua também no segmento de Rock e composições autorais, soltam a voz ao lado de outros nomes como a soprano Izabel Barros, a atriz e produtora cultural Carol Sant’Ana, a biblioteconomista Railda Vitor, com experiência em artes e cultura popular, a artista plástica Eliana Chaves e a artesã Dora Moreira.
Eliberto Barroncas explica que a opção por eleger mulheres do cenário local foi feita a partir do conceito de fazer valer a identidade de cada uma, conferindo veracidade e autenticidade à letra e melodia, assegurando “a força do canto como afirmação no mundo”.
“Nós últimos anos, eu e Adalberto, realizamos algumas trilhas para espetáculos, companhias de danças, inclusive, com vários artistas femininos locais. Então, as poesias nasceram para, de alguma forma, ser interpretadas por mulheres, mas não exatamente por cantoras. Por isso, para o edital, escolhemos dez composições inéditas que serão interpretadas por vozes femininas que possuem certa afinidade com as composições, mas que não têm aquele estereótipo que a indústria exige, para que o projeto não perca a sua essência”, explicou Barroncas.
Sobre as canções e produção
Conforme Barroncas, as canções traduzem momentos da vida, sob o olhar feminino. Como exemplo, ele cita a canção “Imaginando”, que fala sobre a circularidade e que faz menção à capoeira, que é interpretada, inclusive, por uma amiga praticante da modalidade.
“Essa canção pega a referência da capoeira como metáfora do mundo e dos ciclos da vida das mulheres”, disse, reforçando que as demais composições, pela peculiaridade, não poderiam ser interpretadas por homens.
Além dessas, o álbum conta ainda com “Canto das margens” e “Choro para Marselha”, essa última composta para uma artista francesa, que Eliberto conheceu em uma viagem pela França.
A produção executiva é assinada por Jean Antunes e Railda Vitor, além da designer Carla Batista, que é responsável por toda a produção visual do projeto.
“O canto das mulheres que temos aqui já é o retrato fiel de qualquer sentimento que eu tenha sobre esse trabalho. Então, deixa que elas cantem!’’, disse Jean.
Fonte: Assessoria projeto Mulheres que Cantam