Pazuello não é punido por participação em ato político com Bolsonaro e caso é arquivado
O Exército Brasileiro informou nesta quinta-feira (3) que não irá punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela participação em um evento político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro.
Para o Exército “não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar” por parte de Pazuello. Por este motivo, o processo disciplinar referente ao evento político, realizado no último dia 23, foi arquivado.
De acordo com o Regulamento Disciplinar do Exército e o Estatuto das Forças Armadas, é proibido a participação de militares da ativa em manifestações políticas.
No ato, que aconteceu no dia 23 de maio, Pazuello chegou a subir em um trio elétrico onde Bolsonaro discursava a motoqueiros. O passeio começou por volta das 10h no Parque Olímpico e seguiu até o aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, um percurso de 40 quilômetros.
A decisão do general da ativa de subir em um palanque foi considerada descabida por integrantes do Alto Comando do Exército, que enxergaram uma transgressão a normas básicas na caserna.
O próprio vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva, disse que o general da ativa deveria ser punido pelo Exército.
“É provável que seja [punido], é uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para a reserva e aí atenuar o problema”, disse Mourão a jornalistas um dia após o evento.
Defesa
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o ato do ex-ministro da Saúde gerou irritação no Alto-Comando do Exército, colegiado de 15 generais de quatro estrelas encabeçado por Paulo Sérgio. A proteção sugerida por Bolsonaro a Pazuello amplia a crise entre a Presidência e o Planalto.
Prisão
A punição para Pazuello poderia ir de advertência a prisão. Fontes ligadas ao governo afiram que, após o depoimento do ex-ministro da Saúde na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Pazuello voltou a ser bem avaliado no governo.
Pazuello, que foi acusado pelos senadores de ter mentido perante à comissão, deve ser chamado a depor novamente no Senado.
Nomeação
A portaria de Pazuello, que é general da ativa do Exército, foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
No novo cargo, Pazuello ficará subordinado ao almirante Flávio Rocha, atual secretário de Assuntos Estratégicos do governo, e ganhará como remuneração R$ 16.944,90. De acordo com o portal Metrópoles, o próprio presidente indicou a nomeação.
A divulgação ocorre três dias antes do fim do prazo para que o Exército decida se aplicará ou não uma sanção a Pazuello por sua participação no ato do dia 23.