William Alemão se mobiliza para reativar Frente Parlamentar criada há 4 anos na CMM

Membro suplente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Manaus (Comsau/CMM), o vereador William Alemão (Cidadania) começou a se mobilizar para promover a reativação da Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento e Defesa dos Direitos daPessoa com DST/H IV/Aids e Tuberculose. A proposta é fomentar ações voltadas principalmente para o público adolescente e jovem da capital amazonense, por meio de projetos como “Viva Melhor Sabendo Jovem”, que foi lançado em 2016 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Unaids e o Governo do Amazonas, em parceria com a Prefeitura de Manaus.

Na época, o trabalho era realizado com o apoio de uma unidade móvel, que levava orientações e testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites Virais a locais estratégicos da cidade, previamente definidos, para ampliar o acesso dos jovens de 15 a 24 anos aos referidos exames.

A Frente Parlamentar foi criada em 2017, por meio do Projeto de Resolução nº 006/2017, após vários debates provocados por organismos governamentais, voluntários e organizações não governamentais que integram o Fórum Amazonas de Prevenção – ONG/AIDS.

William Alemão resolveu tomar a iniciativa de reativar a instância, depois que conversou com a representante da Associação Garotos da Noite, Adriana Souza, que já atuou como coordenadora municipal de Infecção Sexual Transmissíveis (IST) e tem encampado essa luta.

“A situação exige que o processo tenha continuidade. Vou levar o assunto aos demais membros da Comsau, para que o projeto seja reativado e possamos fomentar ações que voltem a atender a esse público-alvo, sem nenhum problema. Acredito que a pandemia não será empecilho, até porque estamos falando de vidas”, destacou William Alemão.

Adriana Souza é vinculada à associação, entidade sem fins lucrativos que funciona em Manaus, onde atua como voluntária.

A ativista criticou a falta de continuidade do projeto e lembrou que a referida da unidade móvel, um o micro-ônibus equipado de salas com ar condicionado, mesas, cadeiras, banheiro, que foi utilizado apenas cinco vezes para testes rápidos, mas que se encontra desativado, no estacionamento do Complexo Oeste parado, desde 2017.

“A associação recebia recurso federal para compra de material como alimentação, passagens direcionados para as ações das ONGs que trabalham com HIV/IST, porém, esse apoio foi vinculado ao Departamento de Vigilância Epidemiológica da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde), não sendo mais obrigatório o repasse”, explicou Adriana.

Carta de Paris
Para embasar a importância de reativação de todos os projetos e ações criados para defender os direitos da pessoa com DST/HIV/Aids e Tuberculose, Adriana citou a Carta de Paris, documento de 2014 que marcou o Dia Mundial de Luta contra a Aids, quando prefeitos de todo o mundo se reuniram na capital francesa para buscar soluções para a epidemia da doença no planeta.

“Todos se comprometeram com as metas contidas na carta, inclusive, assinada pelo ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto. Entre essas principais metas está a de fomentar políticas e ações para que, em 2020, se chegasse a 90% das pessoas diagnosticadas. O que não ocorreu”, lamentou a ativista.

Quinta
Com a criação do “Viva Melhor Sabendo Jovem”, Manaus passou a ser a quinta capital brasileira a adotar o projeto, que já funcionava em Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo e Belém (PA).

A articulação institucional foi executada em conjunto entre a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e rede de jovens como a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/Aids, núcleo Amazonas, por meio da Rede de Amizade e Solidariedade às Pessoas que Vivem com HIV/Aids, que é a ONG implementadora do projeto.

Casos
Segundo o Ministério da Saúde, Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral. Em 2018 eram 593.594 pessoas em tratamento.

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