Projeto visa conservação do mamífero aquático mais ameaçado da Amazônia

Pesquisadores do projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia realizam pesquisa para auxiliar na conservação de população de botos cor-de-rosa. O foco do estudo é uma população isolada há mais de três décadas em reservatório no lago de Balbina, no município amazonense de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus).

Com parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e patrocínio da Petrobras, o projeto avalia o comportamento vocal deles, além de fazer a contagem visual do grupo.

A espécie produz cerca de 14 tipos de emissões vocais, como estalos de mandíbula, cliques de ecolocalização e até mesmo assobios. De acordo com Associação dos Amigos do Peixe-boi, a espécie está na lista de extinção na categoria “Em Perigo”, se tornando o mamífero aquático mais ameaçado da Amazônia”.

O mamífero sofre as consequências principalmente da pesca na região e da mineração, que libera na água metais pesados como mercúrio que acabam prejudicando o organismo dos botos-cor-de-rosa.

O estudo visa a comparar as vocalizações dos animais com as de populações de botos de fora do lago de Balbina. A comparação será utilizada para verificar se o isolamento — superior ao tempo geracional da espécie — afetou a estrutura vocal dos mamíferos.

Esse dado mostrará, juntamente com a contagem visual, como esses animais se adaptam aos reservatórios. Essas informações são fundamentais para conservação dos botos da Amazônia em médio e longo prazos.

Com auxílio de hidrofones e gravadores, as vocalizações dos botos-cor-de rosa, também conhecidos como vermelhos, são registradas, para depois serem analisadas e comparadas com os sons de outras populações da espécie, de fora do lago de Balbina. A avaliação inclui os comportamentos associados aos sons, cuja frequência varia de acordo com a conduta agressiva ou sociável do animal.

Essa espécie é o maior dos golfinhos de água doce do mundo, chegando até 2,5 metros de comprimento e 200 Kg de peso e vivem exclusivamente na região amazônica. Sua coloração varia de cinza claro, nos filhotes e jovens, a rosa brilhante nos adultos. Os machos são bem maiores e mais rosados do que as fêmeas.

Por serem extremamente adaptados ao ambiente amazônico, os botos têm o sistema de ecolocalização bem desenvolvido e essa característica é importante para se mover na floresta alagada e procurar presas nas águas escuras dos rios amazônicos.

O projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia busca proteger mamíferos e ecossistemas aquáticos por meio de estudos de ecologia, história natural e comportamento dos animais. A iniciativa também atua na integração com as comunidades ribeirinhas e no uso sustentável dos recursos naturais.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Agência Brasil

Foto: Petrobras/Divulgação

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